quarta-feira, 10 de abril de 2013

Do que há em ti...

Não percebes quando te olho fixamente e ris-te.
Perguntas-me porque o faço, e na verdade a resposta é tão simples.
Para te decorar... Para que nos meus sonhos não sejas desfocado.

Já te decorei as rugas de expressão nos olhos quando sorris.
O dente da frente fora do sítio tão típico do miúdo reguila.
Os dedos compridos que seguram o cigarro até ao último suspiro.
O teu ar indefeso de quem tem pouco porte.
As costas delineadas e os braços finos que já me seguraram.
O lábio superior subido que tocava nos meus sem pesos na consciência.

Sabes, tem sido difícil de me afastar do teu cheiro e das tuas gargalhadas.
Apesar de serem acutilantes os teus silêncios e os nossos não temas, as nossas não conversas, os nossos estou aqui, mas na verdade ausente.
Como é que chegamos aqui em tão pouco tempo?
É uma questão que me atormenta os dias longos, demasiado longos...

Sabes, contava contigo para construir qualquer coisa de bom, porque finalmente achei que o que é bom não pode acontecer só aos outros. Dei-te as cartas todas e os créditos. Fui de cabeça e peito abertos e não consigo compreender os teus recuos.
Mas a vida é assim, saí-se sempre a perder. Está na hora de largar a mão às ilusões e tentar focar a realidade. Recuso-me sempre. É tão crua e fria....

Sabes, ando triste, especialmente porque isto podia ser o que nós quiséssemos que fosse....

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