sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


As costas ardiam, como ardem 40 e poucos graus de sol em Agosto. Nos pés ainda trazia areia de outra praia. Filas, carros e mais filas.
Descemos a Serra e ao longe, por entre as árvores já se avistava o mar. Jurámos a cada passo que o mergulho era obrigatório. O calor era sufocante, as pernas tornavam-se pesadas e a rampa deu-nos balanço até ao pequeno areal.
Depressa descobrimos as caras que nos sorriam e acenavam. A areia queimava os pés. As mãos dadas colavam. Sentámo-nos, falamos, sorrimos, entre golos de água esquentada pelo sol e protectores em spray. Nem o factor 40 me aliviou os ombros.
A sensação relaxante de enterrar as mãos na areia e ficar de barriga para baixo a enfeitar a pele. Conversas puxadas por um fio, banhos intermináveis, gelados e conversas. Sempre as conversas. As nossas, as deles, as de todos...
O sol foi-se pondo e não demos por isso. Mas os outros sim. Iam arrumando as coisas e aventuravam-se Serra acima. A nossa tarde de praia entrou p'la noite, até que resolvemos fazer o mesmo caminho que todos os outros e deixar o mar calmo e a areia brilhante no seu lugar. Não foi grande a desarrumação. Quem olhasse não dizia que lá tinhamos estado.

Há dias que ficam na memória.... Podem até ser dias banais. Tardes de Agosto na praia como tantas outras. Mas esta foi especial, porque sorrimos, porque nos sentimos bem, porque fomos nós e ninguém se opôs. Porque há companhias que não se esquecem, amigos que não se perdem, e dias em que é difícil viver sem o sol de Agosto.

2 comentários:

Meia Manga disse...

Diz-me... abriste o guarda-sol para fazer sombra a alguém que tinha adormecido na areia??

Anónimo disse...

momentos que nunca se esquecem :) ...