quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Se considerarmos que a vida tem semelhanças com o processo de revelação analógico, é tudo uma questão de escalas de cinzentos.
Ou se sabe misturar os líquidos que ela nos dá, ou os brancos e os pretos misturam-se numa mancha.
Ou se foca bem os objectivos, ou teremos caminhos desfocados.
Em última instância ou se revela à luz negra, ou se queimam as verdades....

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Gosto...

...de coisas de meninas.

De novos começos,
com sombras,
e luzes.
Gosto de espelhos.
E gosto de borboletas na barriga...


Porque hoje reatei a relação com a minha amiga dos "clicks"

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O bipolar de nós

Em cada um de nós há um bipolar que aclama p'la sinceridade mas que se recusa a ouvi-la...
Um ser perfeitamente imperfeito que se baralha entre o que sabe que deve fazer e o que não faz a medo...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"Um grande amor cura-se com outro grande amor"
Sobre esta frase só tenho a dizer que devia ser proibida a venda de substâncias ilícitas, especialmente a pessoas susceptíveis de criarem teorias deste género. Até porque é mentira!

Um grande amor cura-se com lágrimas, gritos, dor, desespero, puxar de cabelos, humilhação e tudo o mais, conforme manda a lei da gaja.

Depois com as amigas, aquelas de ombros grandes e braços sempre abertos, as que dão festinhas e as que dão carolos, as verdadeiras portanto! Com amigos parvos que não dão uma para a caixa e se estão a lixar para os nossos dramazinhos, mas mesmo assim nos fazem rir. Com pessoas que não nos conhecem bem e mesmo assim nos abrem os olhos para ver coisas diferentes e nos dão a esperança de um futuro melhor. Com compras, roupas novas, maquilhagem, push-ups daqueles que puxam as mamas e o ego até ao nariz, com jantares, com copos, com piadas, com gargalhadas, com histórias (umas para contar, outras para esquecer...). Com dias de praia fora de tempo, com noitadas, com esplanadas e cafés, com conversas non sense, com falsas promessas, com verdadeiras promessas, com "não prometo nada". Cura-se com um "podes confiar em mim" seguido de um pensado [mas amanhã não te vou ligar]. Cura-se com novas (des)ilusões, com trabalho, com amor próprio, com auto-estima. Com pouco tempo pra ter vida, com pouco tempo pra descansar, com pouco tempo para pensar.
Acima de tudo cura-se com força de vontade de seguir, de ser feliz, de sorrir mais, de se zangar menos, de dar menor importância ao que não importa, de dar mais importância às amizades....

Tudo se cura as mil vontades de novos começos e de viver novas estórias...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sempre que alguém chorava, ela esticava a manga, o ombro e o coração.
Sempre que alguém estava triste, ela rebuscava o sorriso.
Sempre que alguém precisava de falar, ela abria os olhos e arregalava a atenção.
Sempre que alguém estava em baixo, ela tirava do bolso direito do peito a amizade.
Sempre que alguém se refugiava no escuro, ela acendia uma lanterna e guiava pela mão.
Sempre que a vida pregava rasteiras a alguém, ela defendia com unhas, dentes e amor.

Guardou o seu choro algumas vezes, e limpou as lágrimas dos outros.
Escondeu a sua tristeza e sorria só pelo prazer de fazer sorrir também .
Atracou palavras à garganta, para ouvir problemas maiores.
Fingia erguer-se em pontas dos pés.
Saía da sombra para encaminhar os perdidos.
Caiu e levantou-se, mas nunca por ela. Apenas por saber que era precisa...

Um dia as lágrimas secaram, as tristezas foram substituídas por novos caminhos, as palavras tornaram-se doces, a escuridão mirrou. Todos seguiram o seu rumo...

E ela passou a um eco da memória...
Porque hoje, ela precisou de alguém como ela, mas alguém não apareceu.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

É bom sentir que, por muitos anos que passem, há cumplicidades que se mantêm.
Na verdade, pouco mudou desde os tempos em que se faziam planos para o futuro, se mascarava a idade com conversas de adulto e se escolhiam destinos.
Agora que cá chegamos, ao futuro, e que nada corresponde ao delineado, é bom saber que ainda nos vamos cruzando.

Hoje recordei coisas de vidas passadas porque há pessoas intemporais...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Fim...

O fim é uma pedra que se carrega no peito. É escuro, deprimente, obsessivo, doloroso. É inquietante, rebaixa-nos, faz-nos rastejar e descer à cave de nós.
Agora, a largos passos do que fui e do meu fim, vejo que o fim é sobrevalorizado.
O fim, ao fim de contas feitas, dá-nos um pontapé. Após o primeiro murro no estômago que nos faz recuar, o fim acaba por nos dar um pontapé que nos faz avançar rumo a novos caminhos. O fim é um tipo sem personalidade que nunca chega a ser mesmo o final. Ninguém vive para sempre num fim!

Queimem-se as recordações, muralhem-se as cidades, apaguem-se as pegadas, deixe-se de olhar por cima do ombro, adaptem-se às novas condições. Tranquem-se as portas e enterrem-se as chaves para nunca mais voltar aos mesmos quartos e aos mesmos fins.
São os maus momentos que nos fazem conhecer grandes pessoas, e é nesta viagem que nos apercebemos que nem tudo é comprado com dinheiro.
Aproximar de umas e afastar de outras é um ciclo que agora faz todo o sentido.

O fim é só o primeiro passo para novos começos. Novos sorrisos, novas pessoas, novas experiências, novos locais, novas cumplicidades, novas partilhas, novas viagens!
E ainda bem que assim é....

[Esta lição de vida também serve para ti ]