segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sempre que alguém chorava, ela esticava a manga, o ombro e o coração.
Sempre que alguém estava triste, ela rebuscava o sorriso.
Sempre que alguém precisava de falar, ela abria os olhos e arregalava a atenção.
Sempre que alguém estava em baixo, ela tirava do bolso direito do peito a amizade.
Sempre que alguém se refugiava no escuro, ela acendia uma lanterna e guiava pela mão.
Sempre que a vida pregava rasteiras a alguém, ela defendia com unhas, dentes e amor.

Guardou o seu choro algumas vezes, e limpou as lágrimas dos outros.
Escondeu a sua tristeza e sorria só pelo prazer de fazer sorrir também .
Atracou palavras à garganta, para ouvir problemas maiores.
Fingia erguer-se em pontas dos pés.
Saía da sombra para encaminhar os perdidos.
Caiu e levantou-se, mas nunca por ela. Apenas por saber que era precisa...

Um dia as lágrimas secaram, as tristezas foram substituídas por novos caminhos, as palavras tornaram-se doces, a escuridão mirrou. Todos seguiram o seu rumo...

E ela passou a um eco da memória...
Porque hoje, ela precisou de alguém como ela, mas alguém não apareceu.

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