Escrevia eu ao cao com pulgas sobre a nossa experiência de recém-licenciadoscomumpontapénoraboeadeusquejánãoéscápreciso
"É o abandonar de uma ESE que tão pouco nos deu, mas que no fundo tantas saudades deixa...É começar a andar em direcção ao incerto, é sentir a pressão do desemprego, ou a adrenalina dos fechos. É levar com portas na cara e abrir janelas. É mentir e dizer que andámos num sítio que nos deu tanta formação. É ter paleio e ser mais esperto que o conhecimento das sebentas dos outros. É correr ao pontapé com Novas, Católicas, e afins. É ser mais do que somos, de cabeça sempre baixa quando assim tem de ser. É nunca deixar de lutar pelos sonhos e às vezes aceitar os desvios que o caminho nos trás. É ser jornalista hoje, assessor de imprensa amanhã, e no dia a seguir sentar na cadeira do centro de emprego até que alguém nos pegue. É fazer noitadas em pesquisas, é apanhar secas por uma reportagem, é ouvir a mentira do político e o pregão da peixeira. É ver injustiças e tapar a boca, é comer e calar. É sofrer e dar o corpo ao manifesto para ganhar pouco mais que o salário mínimo ao fim do mês. É ser recém-licenciado em Portugal, que de nada vale. É ser jovem, é não ter medo é ter espírito e acima de tudo é viver... e isso ninguém nos tira, porra!"
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